Como disse anteriormente, na minha humilde opinião, os principais requisitos para alguém que quer investir no exterior são: ter (bastante) tempo pra explorar o novo mundo, e ter pelo menos USD 30k para poder enviar de cara, na abertura da conta (esse valor depende da corretora).
Uma vez decidido e satisfeitos os pré-requisitos, o primeiro passo para começar a investir no exterior é escolher a corretora. A abertura é relativamente simples e pode ser toda feita online.
Estou me limitando apenas a corretoras americanas, e existem bons motivos pra você não querer mais do que isso. Cito dois deles:
- Listagens duplas (ações de outros lugares que também são listadas nos EUA, como nossas petrobras, vale, itaú, etc.). Você pode comprar Toyota e Shell nos EUA, apesar de elas serem listadas em Tokyo e Londres/Amsterdã.
- O maravilhoso, fantástico, sensacional e incrível mundo dos ETFs. Existe uma infinidade de ETFs nos EUA com ações europeias e asiáticas. Através deles, você pode até comprar títulos da dívida do Vietnã ou ações da Nigéria. Precisa ir mais longe que isso?
Escolher a corretora é uma grande chatice inicial, mas compensa a pesquisa. Uma lista +- delas com reviews pode ser encontrada aqui. Pesquisem.
Duas coisas vão ficar evidentes logo de cara: várias corretoras não aceitam estrangeiros nem explicitam quando for o caso, e as tarifas para operações são maiores que as das corretoras daqui. O jeito é mandar e-mail e perguntar pra qual você interessa. A regra geral é a mesma daqui: quanto mais barato, mais impessoal o atendimento. O número de grandes corretoras também parece ser menor que o daqui. As maiores/populares corretoras são Fidelity, Scotttrade, etrade, TD Ameritrade e Schwab. Logo de cara elimine a maior: Fidelity não aceita estrangeiros. Se a memória não falha, todas essas outras aceitam, apesar de não explicitarem no site. Não bastasse ter que escolher a corretora, cada uma oferece vários tipos de contas. Não conheço os detalhes das contas tipo IRA, Roth, mas sei que são para aposentadoria. Procurem a conta Individual ou coisa semelhante. Agora, tem que escolher o plano. Aí entra a parte do valor mínimo de USD30k. Algumas corretoras exigem apenas 1k para abertura, porém a conta fica limitada, muitas vezes apenas ao velho buy&hold e a poucos trades por semana. Permissão para short, opções, etc., em geral, vem com um depósito de pelo menos USD 25k, variando entre elas. Daí, basta seguir o protocolo, inserir os dados e preencher o W-8BEN (formulário da receita america, IRS, para estrangeiros que não exercem atividade econômica lá).
Agora, basta ativar a conta fazendo uma ordem de pagamento para corretora. Para executar essa operação, eu tive que informar a origem do dinheiro (para isso entreguei uma cópia da minha declaração de IR do ano anterior), e fazer uma declaração explicando o objetivo da transferência ("investimento de curto ou longo prazo em bolsa"). Acabei fazendo essa transferência através da própria corretora que uso pra bovespa, que também é corretora de câmbio, pois a mesma cobrava mais barato que os bancos que procurei, tanto na tarifa da operação quando na cotação do dólar. É legal que, feito esse depósito, não tem burocracia. Pode shortear e operar opção descoberto sem dó.
Agora é só alegria!
PS: certamente isso está longe de - nem pretende - ser um manual para todo o processo. Analisar as opções consome bastante tempo. A medida que mais dúvidas e informações minhas ou de outros colegas forem aparecendo, eu vou editando o post. Quem sabe no futuro isso aqui não se torna uma referência?